Karate

 

Como se sabe, a prática do Karaté-Do é milenar. Ao longo dos anos foi praticado e ensinado sob uma filosofia muito rígida e tradicional. Muito embora saibamos que a sua verdadeira essência seja totalmente antagónica, o Karaté é quer queiramos quer não, uma arte de combate. Todavia, quando levado a sério e praticado conscienciosamente, o Karaté é principalmente, um instrumento educativo de grande importância, daí a seguinte máxima: " O fim do Karaté-Do não reside na vitória ou na derrota mas sim no aperfeiçoamento do carácter dos seus praticantes".

Felizmente, a ideia errada que a maioria das pessoas tinham sobre o Karaté, já foi desmistificada. A prática do Karaté é hoje compreendida em todo o mundo como uma disciplina física e cultural, contando já como disciplina curricular nas universidades de vários países, incluindo o nosso. Muito mais do que uma arte de movimento e respiração, criada com o objectivo de adquirir coragem, cortesia, integridade, humildade, e autocontrole, (aqui reside a sua essência), para além de outros factores de carácter atlético, como melhoramento físico-mental dos seus praticantes, através de uma prática salutar.

Aspectos que vão desde o treino físico do sistema muscular, flexibilidade, sistema respiratório, coordenação motora, equilíbrio, entre outros. Esta Arte do movimento e respiração, realiza a máxima latina "mente sã e corpo são" dividindo-se em várias vias, segundo o gosto dos seus praticantes: manutenção, lazer, reabilitação, recreativo, cultura física, competição, e defesa pessoal. É totalmente errado pensar que o combate é a finalidade do treino do treino do Karaté.
É necessário que todos comecem a entender esta maravilhosa prática oriental como um processo de desenvolvimento total do homem, e não como uma preparação para o combate. A real dificuldade para o praticante é o seu próprio orgulho e a sua ânsia de vencer. Por isso se pode afirmar que o verdadeiro adversário reside dentro de nós, e não nos outros.

Aqueles que escondem nas deficiências de carácter a vontade de derrotar os outros, vendo em cada companheiro de treino um inimigo, depressa abandonam esta arte saudável.

É urgente que se perceba que esta prática é um meio de estabelecer o equilíbrio e a harmonia, não só connosco, como também com a sociedade, e não um processo onde resultem inimizades e reacções hostis.